Poesia da juventude
BÁLSAMO
NOITE VELADA
NOTURNO
1991
CURSO D’ÁGUA
VIGÍLIA
SOBRE A FORÇA INTERIOR
SONHAS COM AQUELA FLOR...
ESTRANHA NAU
URGÊNCIA
Vertigem
PROCURA
Se a Deus queres achar, não é preciso que balbucies triste uma oração; apenas que te afastes do tumulto, em busca de silêncio e de harmonia. Vai ao encontro de ti mesmo, vai! A natureza, do Criador reduto, está ao teu redor, basta que vejas, que tenhas olhos para o que é perfeito. Vai ao encontro de ti mesmo, em paz, os pés descalços sobre a grama verde, cabelo ao vento, a face à sombra densa das árvores frondosas do jardim. Não é preciso que tu digas nada (mais vale teu silêncio interior!), antes escuta os sons da natureza: o pássaro que pousa no seu ninho; a frágil folha seca que se deixa arrastar pelo vento que murmura; gotículas de chuva que não vem, fremir de asas de insetos pequeninos, e abelhas brancas a voarem no ar... Não é preciso que tu digas nada, antes escuta a voz da natureza, que é a voz de Deus a te dizer baixinho, a te dizer, quase que segredando, que não habita os templos suntuosos; trono não tem, nem chega a ser um rei; vive a teu lado, e tu nem te dás conta; que te conduz no escuro e te protege; que a mão te põe no ombro, e não percebes; que está na flor que se abre e te sorri, mas que arrancas à haste e atiras fora.
À HORA DAS AVE-MARIAS
O dia se despede. A sombra avulta... A beleza plácida e triste dos entardeceres fere os meus olhos baços, [entranhando-se em meu peito. Eu quisera contar como vêm despontando as estrelas geladas; quisera inspirar-me nos astros distantes e sorver o mistério do [universo, a graça que palpita em cada corpo celeste; quisera inspirar-me nas flores ao alcance de minhas mãos e sorver a [mágica do mundo, o segredo que pulsa [em cada vida sobre o deserto, sob as matas e junto às rochas, às margens dos rios e à flor de suas [águas, e lá no fundo delas; e dentro do mar e no céu acima dele; quisera inspirar-me nas vagas sobre que se debruça a asa escura da [noite e deixar-me ir, e deixar-me ir [ao sabor dos pensamentos...
Natureza, minha voz se cala para eu escutar-te, minhas pernas seguem teu rastro instintivamente, meus olhos abrem-se para que eu te contemple em paz e, através de [ti, chegue a Deus; minha solidão abre-te os braços numa espécie de êxtase, e és, então, meu próprio espírito — liberto.
NOITE NO CAMPO
Eis o luar pelas quebradas fora, prateando o ermo, a solidão, a noite. Gelado passa o vento pelo rosto daqueles que se vão pelos caminhos. E aqueles cujo sono chega tarde, nas janelas, debruçam-se absortos, talvez vendo o luar pelas quebradas, prateando o ermo, a noite, a solidão. Há pouco rindo sob o olhar materno, sonha agora a criança um sonho doce, cheio de anjos a brincar de roda, vestes colegiais, num pátio azul. Qual se orvalhasse os sonhos a tristeza — a tristeza da noite — noite adentro, deixa-se a alma levar, deixa-se lânguida levar, perdida em pensamentos, longe... Pia à beira da estrada uma coruja, e a escutamos quase por acaso. Gelada corre a aragem devagar; recende a murta no jardim da casa. Perfume e nostalgia emanam flores; escondem folhas verdes o alvo ninho. E as impressões nos vêm como segredos, e as sensações nos vêm num acalanto. A noite, amiga minha, é sugestiva, tal como é mansa a voz com que me falas, tal como é branco o branco do teu busto, como são vagos nossos sonhos tristes.
Passa Vinte, outubro de 1999
O invólucro da noite
DO AMOR EM NÓS
No chão de minha alma têm se aprofundado as raízes desta paixão [esquiva, mais voraz quanto mais esquiva, e que cresce em meu corpo como a [hera no muro; e que sobe por meu peito até a boca, rebentando em pétalas; e que corre como sangue por minhas artérias; e que meus poros transpiram às vezes e, às vezes, me causa espasmo.
Como me têm espelhado os sentimentos estes céus vespertinos desde [que me pus a observar-te. Estes céus castanhos e profundos de tardes de primavera tão parecidos a [teus olhos doces! E tenho achado infinitas as sombras dos casebres pelo subúrbio, como a sombra amena dos flamboyants, com suas copas esparramadas [sobre as ruas preguiçosas. Como infinita acharia agora a espuma branca das ondas do mar se [jogando sobre a areia inumerável. E infinitos se acham os pássaros em sua migração. E a semente [atirada a distância pelo vento. O vento mesmo, assobiando nos beirais das construções [antigas. É a magia do ser renovado, a qual a tudo envolve e toca com seu [rumor tão próprio.
Que propícia a chuva, porque te amo! Que belas as margens verdes dos rios, os rios e suas desembocaduras, o inseto com seu fremir de asas pequeninas, o ninho escondido entre os galhos de um arbusto, se há amor. E o fósforo riscado, as chamas azuis de uma fogueira crepitando no quintal, o lenço que nos enxuga o suor da fronte, o diálogo trêmulo dos gestos. [As coisas mais simples, como os chinelos deixados à entrada da cozinha; o chiado de um pequeno rádio de pilha; o traje novo posto a um canto do quarto; uma janela aberta; o tique-taque monótono do relógio; o ranger sugestivo de uma porta; o entreolhar-se das pessoas. O rosto sombreado de alguém que sequer conhecemos, com quem nunca tivemos contato, em uma fotografia na parede, o qual a um tempo esquecido nos [remete...
Como tão mais próximas me têm parecido, desde que notei tua [presença, as nuvens que rumam para o crepúsculo. Como tão mais íntima a música que ouço. E inefável a poesia surgindo súbito no papel.
E que altas as montanhas ao fundo das casas, e que intensas as palavras saltando do peito, e imensurável um último raio de sol atravessando a folhagem de um [pátio qualquer! E tudo! E tudo! Que amor o de todo o homem!
2004
POETA É AQUELE QUE VÊ
A Marcio Marinho Nogueira
Poeta é aquele que vê o belo e o feio do mundo; que capta, com suas antenas, toda a essência das coisas e em seus versos a traduz. Poeta é aquele que sabe colher com seus dedos longos, pelas margens dos caminhos, flores, e ninhos, e salmos. Poeta é aquele a quem cabe distribuir os seus dons e que, à sombra ou ao sol, fiel às aspirações, faz aos poucos uma história. Poeta é aquele que crê e proclama esta verdade: só o amor tem fundamento; o ódio, a cobiça, o ciúme não têm, não, razão de ser. Poeta é quem dá, afinal, través daquilo que escreve, das palavras de sua boca, água a quem reclama sede, pão a quem lhe diz ter fome, o que cobrir ao que está nu, e flores — a este, àquele — flores a toda a gente, indiscriminadamente, mesmo a quem, ah! sobretudo àquele que lhe atira pedras.
29/8/2006
BERÇO REVISITADO
Por entre flores de jardim, e arbustos, por entre bustos, e bancos de praça e chafarizes, volto enternecido ao passado, em que, ingênuo, folheava revistas e jornais, buscando atento tesouros da ficção: mitos e heróis; e, pelas salas de aula e pelos pátios, a vida soletrava e, onde estivesse, algo encontrava que me distraísse, que houve um tempo em que em mim tudo aspiravaa alegria e a entretenimento: os meus dias felizes de criança, plenos de sol e de imaginações. À terra em que se nasce retornar é reviver momentos. Ruas, casas, mesmo esquinas parece que nos falam de tudo quanto um dia nos foi caro; e parece conosco relembrarem aquelas doces horas encobertas, levadas pelo turbilhão do tempo, como a poeira densa dos caminhos pelos ventos. E como me despertam a memória estas ruas sossegadas, estas casas e esquinas do passado, o soberbo relógio da matriz, as portas entreabertas dos mercados (as mesmas cores conservando ainda!), e os cães vadios à porta dos açougues, os pombos, na calçada, distraídos, e a hera pelo muro centenário!... Ah, voltar ao torrão em que nos criamos! Tudo nos lembra um pouco o que nós fomos, tudo desperta em nós uma saudade! Ó céu de primavera que diviso, flores simples à beira das estradas, gorjeios que eu escuto comovido! Ó Capela do Alto, ó meu cruzeiro, ó sobrados, colinas, campos, pontes precárias resistindo ao tempo, ó rios, rios de minha infância, em cujas águas em sonho eu, menino, inda me banho!
6/11/2004
METALINGUAGEM
Quando a inspiração nos chega, as metáforas buscamos: por esta ou aquela palavra, são mil outras que empregamos.
No poema, não se sente o aroma, que este se bebe; flor não se vê, se imagina num jardim que se concebe.
Na canção, não se sacia a sede com a água das fontes; a sede de que se morre na canção é de horizontes!
Ah! no poema, não se segue mudo, aos prantos ou contente, empós da alvorada, porque esta vem-nos a nós simplesmente.
No poema, as mãos se abrem para apanhar o universo; e multiplicam-se os peixes pelo milagre do verso!
No poema, as cores são muitas, ainda que em preto e branco — este, ao fundo, do papel; se firme, aquele, ou se manco
(que importa!), da tinta, pouca, para a inspiração, tamanha, que às vezes, tal como a fé, move mesmo uma montanha.
25/12/2004
DESCONHECIDOS DE SI MESMOS
Dentro de bares, ao volante, pelas ruas, homens se desconhecem, desentendem-se, se olham com ódio e se rosnam, e se insultam, ou se olham com desprezo, fechados em si mesmos, alheios muitas vezes ao que há de belo à sua volta, a tudo aquilo que, de bom, reside nas coisas mais simples; e a vida humana então se torna um fardo, e esta existência então é um tédio, é angústia, é solidão e morte.
Não, não é o muro que nos tapa a vista à paisagem, mas nossa vista que a si mesma se tapa; não são os pássaros que já não cantam, mas nós que já não os ouvimos; não é que já não haja mais gestos de cortesia, é que apenas esperamos por eles, esquecendo-nos de que sua prática é recíproca, e de que um primeiro gesto talvez devesse partir de nós.
Dentro de bares, ao volante, pelas ruas, concentrados e sós estão os homens. Como resistem a um sorriso! Conquanto seja grande o burburinho da cidade, como que estão, na verdade, taciturnos, atrás nem mesmo sabem de quê!
Sobre os telhados das casas, contudo, e junto aos pombos no chão da praça, e no verde viçoso das folhas [das amendoeiras, o dia, generoso, resplende.
21/12/2004
ACERCA DA MORTE
(PARÁFRASE)
Ó morte, tua presença é suave para o indigente, cujas forças se esgotam, para quem está no declínio da idade, carregado de cuidados...
ECLESIÁTICO 41, 3
Àquele que em casa a mesa tem farta, de mil iguarias provando diário, melhor que se diga — se empanturrando; àquele que dorme na cama macia de um quarto arejado e tem sonhos bons, povoados de anjos, a morte é agravo, e dói pensar nela. Porém a sentença de morte nem tanto é amarga e cruel ao desenganado a quem mesmo um gesto a doença lhe tolhe; e àquele que se acha no leito entrevado; e ao velho que treme nas noites de frio sem doces palavras, presença de um filho, e, sem paciência, blasfema e lastima, — a esses a morte não ceifa, acolhe.
7/5/2007
O DIA CUMPRIDO
Sombras como que escorridas pelas pedras das calçadas; as sombras como que líquidas, ah! como que derramadas; do café o cheiro morno no vento, como, espalhadas, as folhas mortas de outono, as folhas como almas penadas; o enorme espectro das árvores a assustar as alimárias na penumbra que descora, torna exangues flores várias; como se do céu descessem, os tentáculos da treva; o rastro viscoso das lesmas como o rastro de nós mesmos, degredados filhos de Eva; casas em redor da praça, pelas íngremes ladeiras, humildes umas, pomposas outras, casebres, sobrados, e, em seu interior, mais que um arranjo de rosas: um ranger triste de porta, alguma coisa que cai, uma lâmina que corta, — sobre a cômoda, o retrato antigo, de alguém, talvez, que, tendo partido desta, ao ninho torna outra vez; ou antes parece que volta, mas se dissolve antes que uns lábios o busquem no ar, e, fora, o ermo, que ri; a dor da gente cansada; a mágoa do entardecer; o emudecer das cigarras; de todo aquele que sonha, de todo aquele que canta, ainda que cante à toa, ainda... que sonhe em vão; o apito de um trem na estação, onde se embarcava outrora; o sino a carpir solitário quem sabe o próprio fadário, à hora em que, findo o dia, a noite se forma e agiganta, cobrindo o mundo e o que — nele, ao homem seduz e encanta, enquanto crescem as raízes fatais da melancolia.
2005
Embora na estação das tão fragrantes,
risonhas flores a se abrir no prado,
PELAS SOMBRAS
TORMENTA
Na juventude, que eles para tudo
Por isso, peço ouvi atentos:
(PROPOSTA POR JESUS
MENDIGO
não há tempero que seja
(CENA ÚNICA)
Deita-se ele sob o lótus
Cedendo à simplicidade
AMOR, ENLEVO...
Para uma trova compor
há que inspirar-nos amor,
enlevo, recordação...
ANOS 80
Saudades... recordações...
de hortos... e praças... Ah, sem
o saber, os corações
felizes, a querer bem!
nunca vale o que em si traz
nosso acalentado sonho.
POR MAIS SE NOS APRESENTE
Por mais se nos apresente,
juventude, a vida bela,
passa o tempo de repente,
o encanto levando dela.
que não ores, agradece!
De gratidão a alma cheia
já é, toda ela, uma prece.
DA SORTE
“É da sorte” — frase ouvida —
“ser-se pleno ou desgraçado”?
Determina em tua vida
e dirás não ao mau fado.
RECADO
Lição pura dos caminhos,
sejam por quais o homem for:
mesmo entre pedras e espinhos,
às vezes, brota uma flor.
SENSATEZ
Julgar?! Jamais, a ninguém!
Cabe a nós nos proteger
contra o que nos vai, porém,
no recôndito do ser.
MÍNIMA SEJA
São-te os dias sempre ermos,
te é a vida desolação?
Não vês que é preciso termos,
que mínima, uma ilusão?!
AVISO
O verbo, como o utilizes,
paz ou guerra gerará;
portanto, com o que tu dizes,
cuidado, cuidado já!
DA AUTOCOMPAIXÃO
Triste de quem pela vida
tão só passa a rogar praga,
boca e alma ressequida,
crendo única a sua chaga.
POR MAIS QUE...
Sê cristão com todo o mundo,
o tempo todo, aonde fores;
por mais que te firam fundo,
todo o mal paga com flores.
PUDESSE...
Ah, de fato, quão bonito
se o homem pudesse achar
dentro de si — o infinito,
n’alma — o arminho do luar!
CONDIÇÃO
Como ser pleno, pessoa
ÂNIMO!
Não digas que não há jeito,
à frente é pedra, é espinho...
Não sabes? Não está feito,
ao andar faz-se o caminho.
DÁ-TE...
Receita para ascensão,
e plenitude, alegria?
Ei-la: suor e coração
na luta do dia a dia.
MALDIZENTE
A ferina e malfazeja
língua esquece que, afinal,
o lírio puro viceja
à margem do pantanal.
NEM MAL, NEM BEM
De seja quem for jamais
falemos, nem mal nem bem,
supondo, consciência em paz,
de nós não fale ninguém.
CAUTELA
Cuidado por onde vais,
sê mais atento a perigo.
“Cautela nunca é demais”
— nos fala o ditado, amigo.
RECEITA
Não pares, segue adiante,
tendo alegre o coração;
do que marcha confiante
sorte e tempo amigos são.
DEFINIÇÃO
Deus — expressão de beleza,
de luz, de vida, de amor,
presente na natureza
que te inspira, ó trovador.
AMOR
Feliz, da face, a expressão,
nos olhos — certo fulgor?
Tudo isso não é senão
a presença, em nós, do amor.
VAIVÉNS
Seguem-se às horas mais belas
e instantes de mais amor
inesperadas procelas,
solidão, frio, negror...
A TROVA
A trova, saída do povo,
tão delicada e singela,
conquanto nada de novo
diga, será sempre bela.
Parca inspiração
- ÚLTIMAS REDONDILHAS -
(in Prólogos)
I - CONCEITUOSAS
RECEITA
II - BREJEIRAS
e a mais ninguém pude amar!
DE AFETOS
Ao te verem com teu yorkshire: — “Ele não te deixa”, falam. E, em pensamento, lá contigo, dizes: — “Não o deixo eu.”
que deixasse sempre um peito mesmo para os vitelos.
(in Contos, memórias e alguma poesia)
apraz-me sempre a volta, não as idas;
se olho mais é para dentro, e me deleita
e basta
aquilo a que
chamam rotina.
IMPRESSÃO DE UM TEMPO
— “Olha o jacu aí, dona!”
Isso ouvia antes dos dez anos, ou seja, há quase cinco décadas...
E por que falo disso agora? Coincidentemente hoje, no alto da casa de um vizinho, uma ave surge, algo exótica, nada comum em plena cidade industrial. E eu, ao vê-la, afianço tratar-se mesmo da ave da história de assombração que, dentre tantas, nos contava e recontava nossa avó.
PRIMAVERA
TRILHA
Sob a mata espessa
há
festa por uma fresta
mínima em que a luz desça.
TRILHA (II)
Nas árvores velhas,
os
verdes para vós verdes
— só os das bromélias.
NOVEMBRO
Alheio ao chuvisco,
o
beija-flor eis que adeja
entre pés de hibisco.
CONTINUADAMENTE
Noitinha. — E o estridente
cantar
das cigarras segue,
sem mínima pausa.
VERÃO
ESPLENDOR
Pompa no quintal:
florada
amarelo-dourada
da cássia-imperial.
GARÇA
Em meio ao escuro
atoleiro
com o seu mau cheiro
— o branco tão puro.
DEZEMBRO (II)
Mais fala a manhã,
de Deus, com esses galhos teus
em flor, flamboyant.
ANÔNIMA
Fendendo o concreto,
bem
rente ao meio-fio — a
gramínea sem nome.
OUTONO
MUDANÇA
Junto a teus galhos,
já
desnudos, não estroina
o vento, amendoeira.
PLENITUDE
À margem do rio,
com
os galhos até o chão,
a velha amoreira.
PLENITUDE (II)
Paineira em flor. — Como
que
a espelhando, o chão sob ela
igualmente encanta.
CAPRICHO
Pleno outono. — E é quando
exibe suas flores o flam-
boyant-de-jardim.
INVERNO
MUDANÇA (II)
Primeiro de julho:
vossos
galhos, nus. — E em flor
inda ontem, paineiras.
FOTOPERIODISMO
A cada semana
mais
e mais vermelhas as
folhas da poinsétia.
RIGOROSO
Tão frio que corta,
o
vento que sopra agora,
nos descabelando.
ESPETÁCULO
A lua desponta,
redonda,
atrás das montanhas,
olhares roubando.
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